quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CONSTRUÇÃO DA IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DAS DORES

Em 1877, concluída a Capela-Mor toda feita de taipa, a padroeira já havia sido escolhida. Quando ainda se falava na construção da igreja, por unanimidade, a população escolheu Nossa Senhora das Dores, cuja imagem foi doada pelo senhor Manoel Gonçalves Assis, distinto pradense, que realizou o donativo em 1879.


Nossa Senhora das Dores a nossa Padroeira

Em 1° de outubro de 1879, para construção do corpo da igreja, viajou em excursão a Corporação Musical Nossa Senhora das Dores, a fim de arrecadar recursos,  levando os instrumentos e vasto repertório de escolhidas composições. Retornaram no dia 30 de outubro do mesmo ano, com uma quantia de 1.600$ (um conto e seiscentos mil réis). Pôde então ser construído o corpo da igreja, em caráter provisório.

Em 1897, o Sr. Antônio Justino da Silva, filho de José Justino da Silva, que na época era o procurador da Igreja, resolveu fazer uma obra nova e definitiva com um melhor acabamento. Então. demoliu-se a construção defeituosa e seguiu à preparação do terreno. Tal serviço era de terraplanagem,  ou seja, retiravam-se a terra para desfazer uma elevação na lateral esquerda do terreno. Esse transporte de terra foi realizado pelos próprios moradores, centenas de pessoas - homens, mulheres e crianças - do próprio Distrito do Patusca, que retiravam as terras em caixotes, bacias, cestas, latas, carrinho de mão, tudo num vaivém ininterrupto e num ambiente de alegria.

Toda aquela gente estava irmanada pelo sentimento religioso e ideia de progresso. Na época, o lugar, já possuidor de elevado movimento industrial, atravessava uma acentuada crise financeira, reflexo de uma crise que pairava, na época, por todo país. Porém esse sentimento era tão grande que os donos de um teatro haviam concordado em demolir um importante edifício - de destinação indiscutível e alcances culturais, que beneficiava uma sociedade em plena formação - para que pudessem aproveitar o material. na construção da igreja. Não foi levada em conta a dificuldade financeira existente, mas ela era o "slogan" verdadeiro: a igreja vale mais que o teatro. Afinal, veio o lado bom, em 1901, a obra do corpo da igreja, foi concluída.
 

O Curato de Nossa Senhora das Dores foi criado em 1910, pelo Vigário Geral Monsenhor Alípio Odier de Oliveira. O padre Francisco Goulard de Souza foi o primeiro sacerdote que dirigiu o curato.



Em 1912, a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, No modelo da matriz , porém com dimensões menores. Tornou-se tradicional,  na Paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, relembrar nas Semanas Santas. De Domingo a Domingo são realizadas procissões da Igreja Matriz para a Igreja do Rosário, e vice versa.



As datas da Semana Santa são variadas de ano para ano. São feitos cálculos, para que a Lua Cheia apareça na semana, se possível, na Sexta Feira da Paixão, a contar do carnaval, na quarta feira de cinzas.



A última etapa da construção da Igreja Matriz foi a torre, erigida em 1925, com 25 metros de altura. As portas em formato de arcos, uma para  entrada da frente e duas nas laterais da base da torre. No segundo pavimento, uma janela de ventilação e visual pelo coro. No terceiro pavimento onde ficam os sinos, dois pequenos nas laterais e um grande na parte da frente. Acima do terceiro pavimento, em formato de pirâmide,  na ponta, foi colocado uma esfera. Terminada a torre ficou faltando a cruz. Um Senhor, chamado por Chico Silva, natural do povoado e carpinteiro, apresentou-se como voluntário para fazer o serviço. Amarrando diversas escadas, até conseguir chegar a tal esfera. Em uma escalação difícil e perigosa, tornou-se um autêntico malabarista. Quando afinal colocou-se a cruz. Foi um momento emocionante em que todos se abraçaram e deram vivas ao herói.

 
Esta foto ilustra a tradicional Semana Santa e a conclusão da Torre da Igreja Matriz ( pela cor da pintura da torre e do resto da Igreja, percebe-se que é recente, na década de 1925). 



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